O meu filho tem dor nas pernas: é normal?

O meu filho tem dor nas pernas: é normal?

Na maioria dos casos a dor do crescimento passa espontaneamente e raramente necessita de medicamentos


A dor em membros é uma das queixas mais comuns em pediatria. É também conhecida como "dor de crescimento". Acomete crianças entre 5 e 13 anos de idade, podendo aparecer em crianças menores. Caracteriza-se por dor difusa, com duração variável, de poucos minutos a algumas horas, ocorre mais no final do dia e localiza-se mais frequentemente na região anterior das pernas, atrás dos joelhos e nas panturrilhas. É comum a queixa de dor nos membros no final de um dia, após muitas brincadeiras ou quando volta da escola. A dor em membros benigna como o próprio nome diz não interfere com as atividades físicas rotineiras das crianças, ou seja, não a impede de brincar ou correr. Não é acompanhada de febre, redução do apetite ou do peso, queda do estado geral, fraqueza ou inchaço nas articulações. Entretanto, estas crianças podem apresentar dor de barriga (abdominal) e/ou dor de cabeça (cefaleia) concomitante.


A causa é desconhecida, porém alguns fatores podem estar relacionados com a queixa de dor, como fatores emocionais, distúrbios do sono e excesso de atividades extracurriculares na infância, como inglês, aula de música, natação, judô. Em geral são vistas como crianças perfeccionistas ou ansiosas. É comum observarmos que algum membro da família também tem dor crônica ou está em tratamento para alguma doença.

O diagnóstico de dor em membros benigna pode ser feito pelo pediatra através do exame físico e exames laboratoriais. Devem-se excluir todas as condições que provocam dor principalmente as causas traumáticas, ortopédicas, infecciosas, tumorais e hematológicas.

Os pais e pediatras devem estar atentos a alguns sinais de alerta como: dor em membros acompanhada de alterações do estado geral, febre, perda de peso e falta de ânimo; crianças que chegam a acordar na madrugada pela dor; crianças que mancam ao caminhar ou correr; que apresentam alterações locais como inchaço e calor; ou que apresentam dores localizadas e recorrentes devem ser avaliadas pelo especialista (reumatologista pediátrico), pois apresentam sinais e sintomas que podem indicar outra doença que não seja de caráter benigno como a dor em membros.

Em relação ao tratamento, na maioria das crianças a dor melhora espontaneamente ou com massagens e calor local. Raramente são necessários analgésicos por via oral. A prática de exercícios aeróbicos deve ser incentivada. Alguns pacientes podem precisar de acompanhamento psicológico pela frequência de distúrbios emocionais associados esta queixa.

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